A ineficácia Da República

  

A persistente ineficácia do regime republicano brasileiro revela-se por meio de uma série de fatores estruturais e conjunturais que comprometem a estabilidade política e econômica do país. 

O frequente processo de substituição das constituições, que não se estabelece como instrumento duradouro e legítimo, evidencia um quadro de incerteza institucional e fragilidade normativa. Tal fenômeno compromete a previsibilidade jurídica e a consolidação de um pacto social equilibrado.

Além disso, a repetida alteração das moedas nacionais reforça a existência de uma política econômica volátil, refleto da incapacidade dos governantes em manter estabilizadas as bases monetárias, o que fragiliza o poder de compra e reduz a confiança do cidadão comum e do investidor.

O cenário político é igualmente marcado por um ciclo vicioso de instabilidades, caracterizado por frequentes afastamentos e renúncias de presidentes, que denotam uma crise de liderança e governabilidade. Essa rotatividade na cúpula do poder executivo implica na ausência de continuidade nas políticas públicas e na implementação de reformas estruturais necessárias para o desenvolvimento sustentável.

Acresce a este contexto a elevada carga tributária, que sobrecarrega a população e o setor produtivo sem a correspondente eficiência na gestão dos recursos públicos. A alta tributação, associada a mecanismos ineptos de redistribuição e controle, fortalece a percepção de um Estado disfuncional e desconectado das demandas sociais reais.

Por fim, a substituição constante tanto do chefe de Estado quanto do chefe de governo denota uma crise balcanizadora do poder político, acarretando fragmentação e enfraquecimento das instituições republicanas. Essa dinâmica impede a consolidação de um projeto nacional coeso, perpetuando a instabilidade e corrosão dos pilares democráticos

.Este conjunto de fatores configura um quadro de ineficácia sistêmica da república, que demanda repensar as bases institucionais e políticas para assegurar a estabilidade, eficiência e legitimidade do regime de governo.

Texto: Maire e Soren

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