Por uma monarquia para todos os brasileiros

 POR UMA MONARQUIA PARA TODOS OS BRASILEIROS

Imagem artificial de Dom Pedro II

Antes de tudo vamos para uma distinção etimológica entre monocracia e monarquia, pois este termo, que veio da tradição política helênica, tem significado distinto. Como toda gente sabe, mono quer dizer um só, é o étimo comum; o diferenciador está em arkè, que quer dizer ir à frente, está à frente, ou cratos que é aquele que comanda. Então, temos a definição de que na monocracia o Poder estará nas mãos de um só, enquanto, na monarquia o monarca tem a preeminência, mas o Poder está nas mãos de um grupo. Lembrando que este grupo pode possuir os mais diversos posicionamentos ideológicos, desde que esses posicionamentos não interfiram na independência e soberania nacional.

Tendo esta compreensão do que é a monarquia como base de nossa posição enquanto instituição, nós não podemos admitir que grupos dentro do movimento monárquico preguem uma ideia distorcida sobre o que é, como deve funcionar e quem os monarquistas devem ou não apoiar no campo político, ao mesmo tempo em que de maneira persecutória atacam aos fiéis monarquistas que coerentemente discordam desse posicionamento.

A monarquia não tem lado, porque ela é uma forma de Estado. Há uma diferença grande entre forma e o conteúdo do Estado. As divisões entre “esquerda” e “direita” não fazem parte da organização da forma Estado, mas sim, do conteúdo do governo.

O movimento monárquico é uma corrente de pensamento que visa justamente ultrapassar as noções partidárias; que não deve se prender a noções qualitativas; que se afasta dessas divisões e lutas políticas e sociais por ter uma visão ampla do Estado, por que então ir contra tudo isso e colocar o movimento como tento um lado político fixo excluindo uma grande parcela daqueles que o apoiam? Porque isso não é e não faz parte da monarquia, nem muito menos, do movimento monárquico, são interesses particulares que estão tomando a frente dos interesses nacionais, dos interesses do movimento e dos milhares de monarquistas espalhados por todo o país.

Não somos a monarquia, somos os atores de uma intervenção pública que se chama monarquismo e seu agente direto, o movimento monárquico. Não devemos confundir a obra com a ferramenta. O movimento monárquico é plural. E é bom que assim o seja. Em nenhum lugar se pode ter o direito de deter sozinho a verdade no domínio da ação monarquista.

A unidade ideológica através de um catecismo bem circunscrito, tal qual às vezes é exigido por alguns abadezinhos da causa, além de contraproducente é intelectualmente pauperizante, diminuindo assim o plano de ação da causa monárquica.

A ideia monárquica pertence a todos; cada um, portanto, é livre para identificar-se com os adjetivos partidários que lhe convier.

Nós, do Instituto Monárquico Brasileiro, defendemos uma monarquia para todos os brasileiros. Somos e defendemos um movimento amplo, plural e democrático. Acreditamos numa monarquia contemporânea, adequada aos anseios que nossa sociedade reclama.

Dessa maneira repudiamos a ação feita e promovida por grupos que querem um movimento monárquico de posicionamento ideológico unitário, que militam por políticos e não pelo movimento e que falam em nome de um partido, não em nome da ação monárquica brasileira.

Por: Ruan L. Nunes de Souza.