TIRANDENTES: A MENTIRA, PARTE I

 

A figura de Tiradentes, um dos ícones da Inconfidência Mineira e considerado mártir da liberdade, é frequentemente romantizada na história brasileira, sendo um fato verdadeiro, após o golpe de 1889, é que o alferes foi elevado ao título de herói nacional, com objetivo exclusivo de apagar os verdadeiros nomes de estadistas do Império Brasileiro. 

Contudo, é importante olhar para sua figura com uma perspectiva crítica e desmascarar alguns mitos que cercam sua imagem, pois nem tudo que está escrito nos livros de história, é de fato verdade.

Tiradentes, cujo nome verdadeiro era Joaquim José da Silva Xavier, era um dentista e alferes que se destacou em Minas Gerais no século XVIII. Embora tenha sido um defensor das ideias iluministas e um crítico do domínio colonial português, sua participação na conspiração que visava a independência do Brasil não foi tão heroica quanto muitos imaginam. Na verdade, Tiradentes não queria a independência do Brasil como um todo; seu objetivo era derrubar a Coroa Portuguesa e instaurar a República de Minas Gerais. Ele tinha apenas interesse na autonomia regional que atendesse exclusivamente aos interesses dos integrantes do seu grupo, os inconfidentes, e reforçamos que ele não queria necessariamente com a emancipação do país em relação a Portugal, seu interesse era um golpe, junto aos seus comparsas para instaurar uma república, e bem sabemos o que se sucederia caso viesse a se realizar, vide os nossos vizinhos hispanos.

Além disso, o seu papel como "herói nacional" muitas vezes ofusca as contribuições de outros nomes inconfidentes que também lutaram pela suposta liberdade, mas que não receberam o mesmo reconhecimento, ou seja, não existe consenso e união em nenhum nome republicano, os objetivos são somente para si. 

A história de Tiradentes é frequentemente utilizada para promover uma narrativa simplista de luta contra a suposta opressão da Coroa Portuguesa, desconsiderando a complexidade do contexto social e político da época, as mais diversas instabilidades, onde como citamos anteriormente, cada um queria um país diferente, fato esse, que permaneceu até mesmo durante o Império, onde vários nomes tentaram concretizar golpes contra a Coroa Brasileira, para instaurar repúblicas, prova disso, é a instabilidade gerada pelos movimentos, que tiveram que ser contidos pelas Forças Armadas.

Outro ponto a ser destacado é a forma como sua execução foi utilizada para legitimar a repressão colonial, como muitos clamam. O governo português fez de Tiradentes um exemplo a ser seguido, utilizando sua morte como um aviso para aqueles que ousassem desafiar a autoridade e gerar instabilidades no Estado do Brasil. Essa construção da imagem de mártir serviu mais aos interesses do Estado Republicano, em manter o controle social do que à verdadeira liberdade.

Portanto, ao celebrarmos Tiradentes como herói nacional, devemos também reconhecer as nuances de sua história e lembrar que a luta pela liberdade no Brasil foi coletiva e multifacetada. Desmascarar a figura de Tiradentes é essencial para uma compreensão mais rica e crítica da nossa história, permitindo-nos valorizar todos os que contribuíram para as lutas sociais e políticas ao longo dos séculos, uma vez que o nome Tiradentes caiu no ostracismo, sendo esquecido por décadas, voltando a ser proclamado herói após o golpe de estado que instaurou a república, uma vez que os republicanos jamais tiveram grandes nomes, estadistas em seus meios.

AGUARDE A PARTE II da história.

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