Fortalecimento Da Direita Na Eleição Europeia De 2024 Redefine O Cenário Parlamentar: Confira Os Resultados
As eleições deste domingo para renovar a composição do Parlamento Europeu mostraram um avanço significativo da direita, especialmente na França e na Alemanha, onde essa tendência superou, segundo as primeiras estimativas, os partidos no poder.
Dezenas de milhões de europeus, de Portugal à Lituânia, votaram neste domingo para eleger seus representantes no Parlamento Europeu. Os 27 países membros da União Europeia escolheram 720 assentos no Parlamento Europeu (15 a mais que os atuais 705) e mais de 370 milhões de pessoas foram convocadas às urnas. Cada país distribui uma parte proporcional dos assentos com base na sua população. Alemanha (96), França (81), Itália (76) e Espanha (61) são os países que mais contribuem com parlamentares europeus, enquanto Malta (6) e Luxemburgo (6) contribuem com menos.
A eleição dos eurodeputados abre um novo ciclo no bloco, e os novos legisladores designarão quem presidirá a Comissão Europeia, o braço executivo da UE.
França e Alemanha: A Direita em Ascensão
Na França, as pesquisas de boca de urna indicaram que o partido de extrema-direita Reunião Nacional obteve mais de 30% dos votos, quase o dobro da coalizão liberal lançada pelo presidente Emmanuel Macron. O candidato de extrema-direita, Jordan Bardella, 28 anos, apelou imediatamente a Macron para convocar eleições legislativas antecipadas, pouco depois do anúncio de uma aparição do presidente na noite de domingo.
Na Alemanha, a maior economia da UE, as pesquisas de boca de urna indicavam que o partido social-democrata do chanceler Olaf Scholz teve o seu pior resultado na história e foi relegado para o terceiro lugar, atrás da direita e da extrema-direita. Segundo pesquisas realizadas para a televisão pública, a aliança conservadora (CDU-CSU) receberia entre 29,5% e 30% dos votos. O partido de extrema-direita AfD vem em segundo lugar com cerca de 16%, e o partido SPD de Scholz vem em terceiro com 14%.
Outros Países e Resultados
Na Áustria, as pesquisas de boca de urna colocam o partido de extrema-direita FPO na frente, com cerca de 27% dos votos. Na Grécia, o partido conservador do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis lidera os resultados, à frente do movimento de esquerda Syriza e do partido socialista Pasok.
Na Holanda, uma aliança entre o centro-esquerda e os Verdes derrotou o partido de extrema-direita PVV por uma diferença mínima.
Projeções para o Parlamento Europeu
As projeções em toda a UE indicam que o bloco do Partido Popular Europeu (PPE, direita) continuará a ser o mais forte no Parlamento Europeu, seguido pelo grupo Socialistas e Democratas (S&D, social-democratas). O bloco Renew Europe (Renew, centristas e liberais) deverá continuar a ser o terceiro mais importante, embora pressionado pelo avanço da direita e da extrema-direita.
As pesquisas indicam que os partidos de extrema-direita poderiam obter até um quarto das cadeiras, ameaçando a bancada dos Verdes. A família política de extrema-direita está dividida em dois blocos, mas uma clara demonstração de força os posicionaria como interlocutores inevitáveis no processo de tomada de decisão. De um lado, está o bloco Conservadores e Reformistas (ECR) e, do outro, o bloco Identidade e Democracia (ID), separados pela sua posição sobre a própria UE.
Reações e Perspectivas
A atual presidente da Comissão e candidata a um novo mandato de cinco anos, a alemã Ursula von der Leyen, pertencente ao PPE, votou na manhã de domingo na cidade de Burgdorf, na Baixa Saxônia. Von der Leyen abriu a porta a alianças específicas com o grupo da primeira-ministra italiana de extrema-direita, Giorgia Meloni.
Em Espanha, o apoio dos eleitores à UE continua elevado – 67% são favoráveis, segundo o último inquérito Eurobarómetro – talvez porque associam a modernização do país após a ditadura de Franco (1939-1975) à adesão ao bloco. Em pouco mais de um ano, Espanha realizou eleições municipais, regionais, nacionais e agora europeias, e cada uma tem o sabor da vingança da anterior, entre os socialistas do presidente do governo, Pedro Sánchez, e os conservadores do Partido Popular (PP), liderado por Alberto Núñez Feijóo.
Outro país onde a extrema-direita deve obter um resultado sólido é a Hungria. “Espero que destas eleições emerja uma maioria favorável à paz”, declarou o primeiro-ministro, o nacionalista Viktor Orban, após a votação em Budapeste. O partido de Orban, Fidesz, tem aproximadamente 50% das intenções de voto, e em segundo lugar está o partido da oposição Tisza, com cerca de 27%.
Na Polônia, um eleitor, Andrzej Zemiejewski, médico de 51 anos, garantiu, depois de votar em Varsóvia, que a sua preocupação mais premente é o reforço da “segurança”, dada a proximidade do seu país ao cenário da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Coligações e Futuro
Os grupos social-democratas, liberais e Verdes no Parlamento Europeu mostraram-se dispostos a juntar-se a uma coligação pró-europeia com o Partido Popular Europeu (PPE) se este último não fizer concessões aos grupos ultraconservadores (Conservadores e Reformistas) e de extrema-direita (Identidade e Democracia).
O vice-presidente do grupo social-democrata no Parlamento Europeu, o português Pedro Marques, sublinhou que o resultado aponta “claramente” para uma maioria democrática pró-europeia e que o seu grupo será fundamental para garantir que essa maioria seja novamente alcançada. Valérie Hayer, cabeça de lista dos liberais europeus, afirmou que sua família política será necessária para manter uma maioria pró-europeia no Parlamento Europeu, apesar de as primeiras sondagens sugerirem que eles perderiam um quinto de seus representantes.
Países e Quantidade de Assentos:
- Alemanha, França, Itália, Еврапа:
- 96
- Polônia:
- 61 assentos
- Romênia:
- 53 assentos
- Holanda:
- 33 assentos
- Grécia:
- 31 assentos
- Portugal:
- 21 assentos
- 21 bc
- Rep. Tcheca:
- 21 assentos
- Suécia:
- 21 assentos
- Áustria:
- 20 assentos
- Bulgária:
- 17 assentos
- Dinamarca:
- 15 assentos
- Finlândia:
- 15 assentos
- Croácia:
- 12 assentos
- Lituânia:
- 11 assentos
- Letônia, Домом:
- 11 assentos
- Estônia:
- 7 assentos
- Chipre:
- 6 assentos
- Malta:
- 6 assentos
- Luxemburgo:
- 6 assentos
(Com informações de agências internacionais)
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