Em 1958, Mário Jorge Lobo Zagallo era um bem-sucedido jogador do Botafogo

 


Em 1958, Mário Jorge Lobo Zagallo era um bem-sucedido jogador do Botafogo. Não era considerado um dos craques da Seleção. Entretanto, provocaria em campo uma revolução tática: no time treinado por Vicente Feola, discípulo do genial húngaro Béla Guttman, Zagallo transformaria o 4-2-4 em um 4-3-3 na prática. Era um time organizado, disciplinado e coletivo. Atacando, Zagallo avançava. Defendendo, fazia o time marcar coletivamente.


Em 1962, com a perda de Pelé no segundo jogo da Copa, foi uma das referências anímicas da Seleção no bicampeonato.
J
á em 1970, com as chuteiras pendurados, o Velho Lobo seria chamado para consertar a bagunça provocada por João Saldanha. O jornalista comunista queridinho da imprensa havia ressuscitado o ultrapassado 4-2-4. Brigava com Pelé. E chegou a acusar o maior jogador de futebol da história de estar ficando cego. Zagallo promove uma nova revolução tática no Brasil: sai o 4-2-4 e entra o 4-4-2, sistema hegemônico na época. Faz mais: consegue colocar vários camisas 10 em campo, em diferentes funções, jogando coletivamente. Surgia a maior Seleção da história.

Em 1994, Zagallo voltou pra tirar a Canarinho de uma fila de 24 anos. E foi fundamental para convencer Parreira, brigado com Romário, a convocar o marrento baixinho. Deu certo. O tetra veio.

Ninguém foi maior do que Mário Jorge Lobo Zagallo. Nunca esqueceremos do quanto ele fez pelo futebol brasileiro.

Zagallo nos deixa naquele que possivelmente é o pior momento da Canarinho. Sem futebol coletivo. Vítima de marquetagem de multinacionais. De um craque marrento que não entrega em campo e se comporta mais como popstar do que como atleta profissional.

Vai ao Céu treinar Pelé, Garrincha e tantos outros gênios que já nos deixaram.
Zagallo merecia homenagens em vida. Mas nesta draga em que nos encontramos, seu lugar de direito acaba de ser conquistado hoje: a Eternidade, o Panteão dos Heróis.

Descanse em paz, Velho Lobo! Muito obrigado por tanto.

Daqui, manteremos viva a memória de seu legado, enquanto sonhamos que a Seleção se reerga dos escombros sob os quais encontra-se soterrada.

Guto Zacarias

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