Os Lombardos

 Algumas figuras históricas nos ajudam a perceber e entender os diferentes momentos da humanidade, Jordanes, historiador godo, registrou durante sua vida diversas curiosidades e informações preciosas sobre seu povo, e sobre seus vizinhos germânicos e escandinavos. Ele trata a chamada Ilha de Scanzia (atual Escandinávia) como uma geradora de povos, povoada por várias nações e povos, com tradições e culturas individuais e coletivas, sendo, geralmente, grandes navegadores e guerreiros.

Essa tradição navegadora desses povos, possibilitou uma grande expansão e migrações em massa para costa da Germânia, tanto ao leste quanto ao oeste, se misturando em algumas regiões. Tal fator tornou, por muito tempo, extremamente difícil de se diferenciar as tribos, a grande coesão étnica tornou o cenário de meros povos que estavam migrando em busca de melhores terras e riquezas, em um processo de fixação de pequenos povoados e expansão dos mesmos, com lideranças internas e organizações sociais.

Geralmente, esses povoados ou clãs, escolhiam um chefe, que seria encarregado de guiar seu povo para estabilidade e sucesso, esse fenômeno ocorreu em terras germânicas, sendo reforçado ao noroeste da Europa, com os chamados povos Saxões. Durante o mesmo período, em meados do século III, não somente os Saxões, mas também os Francos, passaram a representar parcela significativa da parte setentrional do Império Romano, ascendendo então as grandes batalhas entre romanos e ‘’bárbaros’’.

Nesse contexto, outro povo chamado de Lombardos ou Longobardos, iniciaram uma migração com intuito de conseguir êxito em se estabelecer em regiões do decadente império romano, assim como outras tribos vinham fazendo com sucesso. De início, se estabeleceram e colonizaram a região do vale do Danúbio, e sob a liderança do Lombardo Alboíno, invadiram a região da Itália bizantina, em 568, dominando a região e estabelecendo o Reino Lombardo, que mais tarde, se transformaria em Reino Itálico. Em seu novo reino, a divisão de poder seguiu o modelo de ducados, com um rei que tomaria as principais decisões.

Assim, essa organização administrativa e territorial durou até o ano de 774, quando os Francos entraram em rota de colisão com os Lombardos, sob a liderança de Carlos Magno, derrotados pelos mesmos, encerrando um reino secular. Mesmo com sua queda, a influência de sua cultura na região é visível até os dias atuais, com, por exemplo, a região italiana denominada de Lombardia. Os lombardos falavam o germânico antigo, idioma extinto e com poucos registros de runas disponíveis para estudos.

Embora, inicialmente, fossem um povo de religião pagã, durante sua passagem pela região da Polônia tiveram contato com o cristianismo, e tiveram essa vertente religiosa efetivada durante o reinado de Vacão. Mesmo com a grande ascensão, e influência em região itálica, não deixaram tantos registros de seu passado escandinavo, sendo ainda hoje um povo misterioso no que se diz respeito a rituais, modo de vida em seu princípio e organização social, tendo hoje mais fatos definidos de sua época cristã.

FONTES PARA PESQUISA:

• Priester, Karin. Geschichte der Langobarden / Gesellschaft - Kultur - Altagsleben - Theiss