Acordos, atritos e articulações da politica batalhense


Em véspera de ano de eleições municipais, nada mais comum que pessoas e grupos políticos comecem a se movimentar para costurar alianças visando um nome de comum acordo para disputar a cobiçada cadeira do executivo, como também visem um assento no legislativo, onde novos pré-candidatos e ex-vereadores sonham com a compra de uma paletó novo, e os já consagrados edis focam na exclusiva sobrevivência de seus mandatos.

Quem deu a largada nessa disputa foi o ex-prefeito Antonio Lages Alves que, através de uma articulação política entre os deputados estaduais Wilson Brandão e Themistocles Filhos, convenceram que a ex-pupila de AL seria a candidata perfeita a ser sua pré-vice. Tal convencimento se deve as velhas e costumeiras pesquisas internas realizadas por essas épocas. E essa ex-pupila nada mais é que a ex-vereadora Shammara Maria, afilhada política do ex-prefeito, que numa fase de rebeldia rompeu com seu padrinho político por ter na época um estômago pequeno que não digeria uma gia e por não ter a experiência suficiente na época para saber que na política, mesmo os menores estômagos devem está sempre preparados para engoli até os maiores cururus.

Essa aliança articulada “lá em cima” entre PSB e MDB nos leva a outra consequência que atinge em cheio o atual prefeito João Messias. O guerreiro perde o “último dos moicanos” de sua base, o vereador Francisco Castro ou Neném Celedone, como queiram. O atual edil que foi um defensor ferrenho da administração guerreirista está sendo um dos últimos da situação a pular do barco quase vazio de JM. E essa pulada com direito a bote salva-vidas já foi sentida na ultima sessão na câmara municipal (22/11/19). A vinda de Neném Celedone para o palanque de AL trata-se mais de sobrevivência politica, algo que tem peso muito maior do que a fidelidade quando se trata de política. Enquanto isso, o atual prefeito “desinbernou” de sua letargia no finalzinho de sua gestão e tomou uma caixa de Red Bull, e agora, com asas e bem acordado, começou a fazer obras e a aparecer mais no município, esquecendo um pouquinho da APPM. Construção e reparação de estradas, reformas de prédios públicos e outras ações pontuais para Batalha tem marcado essa nova gestão pós-hibernação, e embora ele ainda não tenha falado, todas essas atitudes após o despertar são indicativos de que o atual gestor está sim com pretensões de tentar sua reeleição. Vale ressaltar que nunca na historia das reeleições de Batalha, jamais um candidato assegurado constitucionalmente a esse instituto renunciou essa oportunidade, principalmente tendo a caneta na mão. Acredita-se que com JM não será diferente. Resta-lhe a escolha de um pré-vice, e este deverá vir do atual grupo alternativo já batizado e contestado como 3ª via, logo porque nessa nova via existem três potenciais pré-candidatos que são: José Luís do Frango, Adão Sousa e Elvis Machado. Como o atual gestor está em pé de guerra com o presidente da Câmara Municipal, e se JM pretende mesmo ser pré-candidato e queira desarticular todo um trabalho de articulação feito por Paulo Pires, ele poderá fazer um convite de vice a um desses nomes, que assim enfraquecia esse grupo. Como também pode ir além, dependendo da disposição do gestor em fazer acordos envolvendo os outros dois nomes, pois existem secretarias que pelas verbas que recebem são consideradas minis-prefeituras. Pelo lado da via alternativa, Paulo Pires peca em não seguir um ditado sempre falado por ele mesmo: “Deve-se fazer política sem olhar para o retrovisor”. E esse pecado pode lhe custar muito caro. Com essa atual briga entre PP e JM, nada impede o atual gestor de tentar minar esse grupo novo para assim fortalecer a sua atual base política que só conta hoje com o vereador Totonho Machado, irmão do prefeito. Caso PP consiga manter coeso seu grupo, deverá se manifestar logo de quem será o escolhido como pré-candidato e seu respectivo vice, pois as críticas em relação a essa demora em expor o pretenso pré-candidato já virou motivo de chacota nas pedras da cidade. Como se apoiar um grupo onde esse mesmo grupo ainda nem sabe quem será o “cabeça” nas próximas eleições? E além desse problema, tem o fato de PP também ter que administrar a possível ferida no ego daquele que for preterido nessa disputa para o executivo municipal, se isso chegar a ocorrer. Vale também ressaltar que dos nomes que já estão supostamente dispostos a concorrer a possíveis pré-candidaturas, a expectativa deles não está sendo correspondida, pois a aceitação de dois deles está muito aquém e a rejeição bem além do desejado pelo próprio grupo. Mas como grande articulador que é, PP deve ter uma carta na manga para possíveis surpresas. Embora a via alternativa diga em bom e alto som que continuam unidos, não estranhem se o presidente do SINDSERM não venha mais a aparecer sorridente nas fotos dessa nova via, pois o mesmo foi o pivô de um racha no grupo ao enviar um oficio pedindo esclarecimento.

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.