Fernando Haddad e a “Resistência”

O candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2018, Fernando Haddad (PT) está cotado pelo Partido dos Trabalhadores para fazer oposição ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). No entanto, o petista derrotado além da rejeição das urnas sofre também rejeição dos demais partidos de esquerda e centro-esquerda que veem em Ciro Gomes (PDT) a melhor opção para representá-los.
Ciro Gomes (PDT) também disputou as eleições presidenciais ficando em terceiro colocado no primeiro turno. Ultimamente vem severamente criticando Lula e o PT pela falta de apoio e deslealdade para com ele na corrida presidencial e alega que sempre apoiou e participou dos governos petistas. Reitera ainda que a partir de agora não fará mais alianças com o Partido dos Trabalhadores.
A tendência dos partidos oposicionistas é de se afastarem e deixarem o PT isolado, pois isso decorre da reflexão que os votos das urnas demonstraram nas eleições de 2016 e 2018. Cientistas políticos afirmam que as articulações na Câmara dos deputados federais e no Senado Federal a partir de 2019 deve deixar o Partido dos Trabalhadores sem apoio para prosseguir como liderança para as próximas eleições.
O presidenciável do PT iniciou a corrida pelo Palácio do Planalto com pouco apoio político, sua coligação foi restrita ao PCdoB e PROS, mesmo com o apoio do ex-presidente Lula (preso por corrupção e lavagem de dinheiro), Haddad não conseguiu a adesão esperada dos demais partidos. O PT sofreu sucessivas derrotas em decorrência de erros cometidos nas gestões anteriores: escândalos de corrupção, prisão do ex-presidente Lula, impeachment da ex-presidente Dilma e vários políticos do partido não conseguiram a reeleição.
Haddad iniciou a campanha respondendo a mais de 30 processos por corrupção, improbidade administrativa e formação de caixa 2 para custeio de despesas em campanhas anteriores. O presidenciável derrotado segue ao final do segundo turno com o acúmulo de outros processos por acusações inverídicas contra opositores (Fake News), protocolos judiciais sem comprovação dos fatos e por uso indevido da máquina pública para promoção de campanha.
Após perder a eleição, movimentos esquerdistas intitulados de “resistência” projetam a promoção de protestos e forte oposição ao governo Bolsonaro. Haddad e líderes do PT amplamente apoiam esses movimentos como forma de exercer a democracia, no entanto afirmam que reconhecem a vontade do povo nas urnas e que não irão promover um golpe contra o presidente eleito Jair Bolsonaro.
No cenário político atual, a esquerda está dividida devido as fortes ideologias defendidas bem como a nova lei da cláusula de barreira. Partidos que não alcançaram percentual de votos mínimo não terão acesso ao Fundo Partidário e Tempo de TV, consequentemente podem ser abolidos ou fazerem fusão com outros partidos. Os partidos da esquerda e centro-esquerda enquadrados pela Lei são: REDE, PCdoB, PCB, PCO, PMB, PMN, PPL e PSTU, todos os mencionados, aliados dos antigos governos de esquerda, não terão direito ao fundo partidário e tempo de TV estando ameaçados de serem extintos.

Por : Marconi Brandão

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