Príncipe Dom Luiz Orleans e Bragança - 80 Anos - Vitória Imperial

Príncipe Dom Luiz Orleans e Bragança - 80 Anos

Daqui a menos de uma semana, na próxima quarta-feira, dia 6 de junho, S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, completa 80 anos de idade.

Como parte das comemorações por esse grande marco, desde janeiro, temos feito publicações especiais sobre a vida de Sua Alteza e suas realizações à frente da Casa Imperial, para que veteranos e jovens monarquistas, assim como os interessados em geral, possam conhecer melhor o nosso Imperador “de jure”, preparado desde o berço para servir ao Brasil, e que vem dedicando toda a sua vida à nossa Pátria.

ENTREVISTA COM O CHEFE DA CASA IMPERIAL DO BRASIL
Para marcar a ocasião do seu 80º aniversário, o Chefe da Casa Imperial gentilmente concordou em conceder uma entrevista, a ser publicada na próxima edição – comemorativa do seu natalício – de nosso boletim, “Herdeiros do Porvir”, e que os monarquistas brasileiros agora podem ler em primeira mão.

Sua Alteza respondeu a oito perguntas, sobre sua perspectiva ao completar 80 anos, os exemplos que buscou seguir em sua jornada enquanto Chefe da Casa Imperial e Imperador “de jure”, o modo como encara seu dever não só perante o Brasil e os brasileiros, mas perante a História, sua análise da atual crise do modelo republicano de governo e suas esperanças de uma próxima restauração monárquica e a continuidade da Casa Imperial na figura de seus herdeiros dinásticos, encerrando com uma mensagem de esperança e coragem para os monarquistas brasileiros.

[Herdeiros do Porvir] Alteza, como é alcançar a bela marca de oito décadas de vida?
[Dom Luiz] É natural que a cada aniversário um homem faça o retrospecto de sua vida. A fortiori ao completar 80 anos deve ele avaliar a trajetória e a coerência da própria existência, as lutas travadas, as obras realizadas e agradecer a proteção divina nesse percurso, humildemente pedir perdão pelas faltas ao longo do caminho, como também pedir graças de fidelidade e de coragem para os anos vindouros, tendo sempre em vista a missão que, como Príncipe e como Chefe da Casa Imperial, tenho para com o Brasil e para com a Divina Providência.

[Herdeiros do Porvir] Quais os exemplos que o movem no cumprimento dessa missão?
[Dom Luiz] Procurei sempre espelhar-me nos inúmeros exemplos de fidelidade, de bravura e até de santidade de tantos e tantos de meus antepassados. A figura de São Luís Rei de França, por exemplo, não deixa nunca de estar presente em minhas cogitações; nem a figura do herói, D. Nun´Álvares Pereira, o Santo Condestável, fundador da Casa de Bragança. Homens de profunda fé, que continuamente buscaram, na condução dos assuntos temporais de seus reinos, o bem dos súditos, a proteção da nação e a exaltação dos direitos de Deus.

É natural que figuras mais próximas no tempo, como D. Pedro II e a Princesa Isabel, cuja obra na condução dos destinos públicos do Brasil se faz presente até hoje, sejam consideradas por mim com especial cuidado.

Por fim, é claro, não posso deixar de recordar com profunda gratidão todos os ensinamentos que recebi de meus pais e, particularmente de meu pai, D. Pedro Henrique, que me antecedeu na Chefia da Casa Imperial.

Não sendo Imperador de fato, mas apenas “de jure”, nunca me couberam as prerrogativas de Soberano, como a D. Pedro I, D. Pedro II ou à Princesa Isabel. Entretanto, a condução da Chefia da Casa Imperial, neste conturbado período republicano, comporta uma perspectiva peculiar.

[Herdeiros do Porvir] Qual seria essa perspectiva peculiar que V. A. menciona?
[Dom Luiz] Tenho o dever, que considero primordial, de perpetuar as tradições familiares, mantendo acesa a chama monárquica. Não é possível esquecer que desde 1889 a Família Imperial foi afastada, por um golpe, da condução dos destinos da Nação. Entretanto, a Família Imperial, mesmo no exílio, nunca deixou de se preocupar com o Brasil e com seu povo. Minha bisavó, a Princesa Isabel, deu disso exemplo ímpar e também meu avô, Dom Luiz, o chamado Príncipe Perfeito.

Como Chefe da Casa Imperial coube-me a oportunidade histórica de, durante os trabalhos da Constituinte de 1988, poder trabalhar para fazer cair a “Cláusula Pétrea” e dessa forma acabar com esse apartheid ideológico que colocava os monarquistas como brasileiros de segunda no panorama político nacional. Tenho consciência de que a carta que dirigi a todos os constituintes naquela época revestiu-se de importância crucial para que esse momento chegasse.

[Herdeiros do Porvir] O Brasil atravessa momentos graves de sua história. Como V.A. considera o momento atual?
[Dom Luiz] Há anos que o navio da Nação parece navegar à deriva, com sua tripulação entregue a timoneiros inexperientes ou, pior do que isso, timoneiros cuja conduta busca fazer afundar esse navio. Essa é a analogia que me ocorre para exprimir o modo como considero a presente situação e o futuro próximo.

Sou um homem de fé, não sou pessimista e acredito que Deus não abandona os seus. O Brasil tem um potencial de recursos naturais inigualáveis, riquezas invejáveis, mas o que tem de melhor é a sua gente. Um povo com grande bondade, com relativa mansidão, mas que quando provocado ou colocado diante de perigos ou desafios mostra seu valor. Um povo trabalhador, ainda que certa propaganda enganosa queira provar o contrário; um povo que anseia por um País fiel a si mesmo e em ascensão; um povo acolhedor que busca a todos receber.

[Herdeiros do Porvir] Que perspectivas V.A. tem em relação à restauração da Monarquia no Brasil?
[Dom Luiz] Os acontecimentos que têm ocorrido no Brasil acabam por fazer despertar em muitos de nossos compatriotas indagações a respeito de nosso passado monárquico e também simpatias em vista de uma possível restauração. Hoje, por todo o País, ventos monárquicos sopram e muitos são os jovens que trabalham por difundir a nossa proposta.

[Herdeiros do Porvir] Na eventualidade de uma restauração monárquica, V.A já pensou no que faria logo que assumisse as prerrogativas de Imperador?
[Dom Luiz] Para seguir as tradições de muitas Monarquias – e da nossa, especificamente – faria cantar um “Te Deum” como forma de agradecer a Deus por ter reconduzido nossa Nação aos autênticos rumos, dos quais foi um erro afastar-se.

[Herdeiros do Porvir] Como considera V.A a continuidade da Casa Imperial, na figura de seus irmãos, D. Bertrand e D. Antonio, e de seu sobrinho, D. Rafael?
[Dom Luiz] Esta continuidade é precisamente uma das forças mais sólidas da instituição monárquica. E espero que eles desempenhem com senso do dever, com determinação, com fidelidade o papel histórico que forem chamados a exercer. Digo isto especialmente voltado para meu sobrinho, o jovem D. Rafael, em quem tantos e tantos naturalmente depositam particulares esperanças.

[Herdeiros do Porvir] Neste momento V. A. teria alguma mensagem para os monarquistas brasileiros?
[Dom Luiz] Agradeço, antes de tudo, as inúmeras homenagens que tenho recebido pela passagem de meu 80º aniversário. Conclamo a todos, a manterem uma esperança viva de dias melhores para nosso Brasil e a trabalharem pela difusão dos ideais monárquicos, com afinco, com determinação, fazendo com que mais e mais brasileiros se deem conta da riqueza de nosso passado monárquico e se deem conta igualmente da validade desses princípios no presente. O Brasil necessita encontrar novamente seus valores morais, tão vilipendiados; e sua unidade, seriamente ferida e ameaçada pelas utopias revolucionárias que a República quis impor. Nunca me esqueço que meu tetravô, D. Pedro I, ao proclamar a Independência, consagrou também o Brasil a Nossa Senhora Aparecida. Esta consagração me leva a guardar uma confiança serena no futuro do Brasil.

Fonte: Pro Monarquia

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