Condenação Histórica – LULA
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da
República no período de 2003 a 2010, ficou conhecido pelo seu populismo bem
como pelos seus discursos de alto teor comunicativo e representativo de boa
parte do povo brasileiro. No entanto, todo o “seu status e popularidade não o
colocam acima da lei” – palavras do juiz federal Sérgio Moro que lamentou a
condenação de um ex-presidente. O magistrado condenou Lula a nove anos e seis
meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso Tríplex e
ainda o impediu de exercer função pública pelo dobro da pena, portanto dezenove
anos, sendo assim a pena valerá a partir de confirmação por colegiado superior
do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
O
juiz Sérgio Moro foi enfático e argumentativo em sua decisão, baseando-se nos
fatos e provas contundentes dos autos do processo. Dessa forma, demonstrou que
mesmo o Tríplex não estando no nome de Lula, uma reforma milionária somente
naquele apartamento prova que era personalizado e que a tentativa de transmitir
a culpa para a falecida esposa Marisa Letícia, visto que ela assinou as notas,
era um ato contraditório e que mesmo assim em regime de comunhão de bens o
imóvel também seria do ex-presidente. O grupo OAS repassou o imóvel para Lula
como recebimento de propina do esquema de corrupção da Petrobras.
Após divulgação da sentença, houve grande
repercussão em Brasília, na imprensa nacional e internacional, pois é a primeira
vez na história que um ex-presidente é condenado. Aliados defenderam Lula e
criticaram o juiz Moro afirmando que o mesmo não era imparcial e que estavam
confiantes na absolvição do ex-presidente pela segunda instância. Contudo, os
políticos que não apoiam Lula, defenderam Moro e elogiaram sua postura
imparcial, afirmando que o mesmo agiu conforme a lei, sem excessos e que isso é
uma prova de que também os mais poderosos irão enfrentar a justiça tal como os
cidadãos comuns.
No
entanto, para quem deseja ver o ex-presidente preso, ainda há um longo caminho
pela frente. O réu, mesmo condenado, tem direito a recorrer da sentença em
liberdade que poderá ser encaminhada para o juiz Sérgio Moro ou para segunda
instância superior. Os desembargadores da segunda instância poderão corroborar,refutar
e/ou modificar a sentença dada pelo juiz Sérgio Moro. Em nota, o responsável
pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região que analisará a ocorrência afirmou
que dará celeridade ao andamento do processo para que antes das eleições de 2018
haja decisão final sobre o caso.
Em
nota, procuradores afirmaram que vão recorrer da sentença, pois querem aumento
da pena. Já a defesa alega inconsistência das argumentações e que irá recorrer,
porém não sabem se farão diretamente ao juiz Sérgio Moro ou se encaminharão o
apelo à instância superior. Essa é apenas uma das sentenças dos processos que
Lula é réu, ainda tem outros processos que aguardam julgamento. Se mantida a sentença
o ex-presidente ficará inelegível e não poderá ser pré-candidato a presidência
da República em 2018 pela Lei Ficha Limpa. Mesmo assim, os militantes do PT
(Partido dos Trabalhadores) tentarão a todo custo buscar manter o ex-presidente
Lula elegível para disputa presidencial do próximo ano.
O PT vem sofrendo sucessivas derrotas e descréditos
perante as instituições, logo existem provas documentais que são extremamente
comprometedoras. Vale ressaltar que é o mesmo partido do ex-presidente Lula
condenado em processo de corrupção e da ex-presidente Dilma Roussef que foi
impugnada de seu cargo neste ano (impeachment) devido às pedaladas fiscais e
edição de decretos sem aval do Congresso. O partido teve a sigla mencionada em
outros escândalos de corrupção e lavagem de dinheiro e veio perdendo confiança
e apoio dos partidos aliados, inclusive até mesmo dentro do próprio partido
houve abandono e desfiliações. Atualmente o partido faz oposição ao governo do
presidente Michel Temer, ex-aliado e companheiro da chapa
Dilma-Temer que há poucos dias foi absolvida de cassação pelo STF (Supremo
Tribunal Federal).
Marconi
Brandão
Edição
para: Folha da Puba em 15/07/2017
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