Nem o caos, nem a inquisição. Escreve Antonio Pedro Almeida

A atual administração pública municipal se despede dando razões à reprovação que sofreu nas urnas e mais provas de sua incompatibilidade de gestão com o comércio local


No que se refere ao comércio, nestes 04 anos, inexistiu política efetiva voltada ao desenvolvimento do empreendedorismo local. Até mesmo a festa maior do município, a do Bode, teve suas peculiaridades (negativas). Neste ano não aconteceu e em outra edição os barraqueiros foram obrigados a comprar de um único fornecedor, descartando os depósitos locais e elevando o preço dos produtos lá comercializados. Uma facada no bolso da população e prejuízo para os barraqueiros.


Agora, se repete a mesma coisa dos Festejos de agosto: os barraqueiros abandonados à própria sorte na Praça da Sapucaeira. E neste ponto duas explicações:
1. Os festejos de agosto e dezembro são religiosos, mas também tem facetas culturais, recreativas e comerciais. A própria Igreja Católica ganha dinheiros, e não há nada de errado nisso, com barracas, livro de cânticos, CDs, leilões, rifas, bingos, venda de souvenirs, aluguel dos espaços públicos para as barracas, os envelopes das "rosas" para São Gonçalo, etc. Pois é, todo mundo precisa de dinheiro. os barraqueiros, os donos de pousadas, restaurantes, mercadinhos.... O dinheiro não circulando, (quase) todo mundo perde.



2. NÃO CULPO A IGREJA por não querer bebida alcoólica perto de suas comemorações. Está certa. Nem a culpo pela alocação das barracas na outra praça. Padre não é autoridade administrativa. Para administrar espaços públicos e promover o bem comum nós elegemos Prefeito(a) e não Padre. O Padre pode até pedir o que quiser, o Prefeito decide com base na razoabilidade. E essa decisão não é razoável.



Desta forma, conseguiram acabar com anos de tradição e com as outras dimensões das festividades de fim de ano. Meia dúzia enchendo as burras e o resto relegado. Com crise ou sem crise, barraqueiro também tem família, tem que comer, se vestir, pagar água, luz, escola de filho. E principalmente, tem direito a dignidade também. Para eles não vem Fundo de Participação e nem doação de "rosas", ofertas.



Espera-se da próxima administração a capacidade de gerir os conflitos, de buscar o equilíbrio e promover o bem comum. Chega de desmandos e decepções.
E como tudo na net acaba em polêmica desnecessária, sugiro duas coisas antes dos ataques histéricos: uma lida nos princípios que regem a administração pública. A outra é uma reflexão: caridade, fraternidade, solidariedade e amor ao próximo se praticam no cotidiano, em ações, e não só da boca para fora.


Por: Antonio Pedro Almeida

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